quinta-feira, julho 17, 2003

Pacheco Pereira e o deposito de Blogues

Pacheco Pereira coloca o dedo na ferida em opinião publicada hoje no Público. Como estes textos só ficam disponíveis durante 7 dias, nada melhor do que colocar o texto todo aqui.
E fica a ideia: que tal criar um arquivo de blogs?

O "DEPÓSITO OBRIGATÓRIO" DA INTERNET PORTUGUESA
Por JOSÉ PACHECO PEREIRA
Quinta-feira, 17 de Julho de 2003

Uma parte muito significativa do retrato do Portugal contemporâneo perde-se todos os dias sem apelo nem agravo: a Internet portuguesa. Se bem que eu seja suspeito de querer fazer e guardar o mapa com o tamanho do país que representa, ou seja tudo, nem por isso deixo de me preocupar com essa evaporação invisível dos "bits", assim como de outras formas de "efemera", onde uma parte muito especial do nosso país devia ficar para a memória colectiva.

Guardamos e bem os jornais de paróquia, perdemos e mal as páginas pessoais, os fanzines obscuros, as revistas electrónicas, os blogues apagados, os "sites" de futebol, os locais de raiva e paixão, "hobbies" curiosos, páginas que duram a brevidade de uma campanha eleitoral, elogios e insultos (mais os insultos) nos "newsgroups", "chats" estudantis com linguagens únicas, grafismos de "pastiche", mas reveladores de um gosto ou de escolhas de imitação, músicas experimentais, primícias literárias, obsessões, cultos, etc., etc. Deixo de parte outro aspecto, mais de arquivo do que de "biblioteca", do registo permanente de muita da actividade institucional, governo em particular, e que já se faz usando correio electrónico, que se apaga para sempre, sem o registo mais durável do papel. Nos EUA esta é uma questão controversa, mas para a qual já se avançou com legislação cobrindo o correio electrónico e as mensagens.

O Portugal que fala na Internet é apenas uma parte do Portugal contemporâneo, uma parte muito reduzida, com acesso ao computador, socialmente muito definida, em grande parte urbana e juvenil. Mas a sua voz mostra-se na Internet como em nenhum outro lado, numa altura em que cada vez há menos cada uma destas coisas em papel. E, se não se pode conhecer a vida de uma aldeia ou vila pequena sem o jornal local, mesmo que se fique pelas notícias de formaturas (em desuso a não ser nos jornais de emigrantes), casamentos ou necrologias, também será difícil perceber os nossos dias sem a Internet portuguesa.

Não me refiro sequer às revistas mais estruturadas como a Zona Non ( http://zonanon.com/ ), o Ciberkiosk ( http://www.ciberkiosk.pt/ ) (já falecido), a Storm ( http://www.storm-magazine.com/ ),ou ao excelente "site" sobre o pensamento político no Portugal contemporâneo que José Adelino Maltez tinha e que também parece já ter morrido. Refiro-me ao mais precário, às páginas que um descendente moderno dos autores de monografias locais mantém sobre a sua aldeia, ou ao álbum do fotografias de uma família, ou a uma página de um pequeno clube de futebol ou xadrez.

Veja-se o caso da blogosfera. A blogosfera devia ter um "depósito obrigatório" imediato. Os blogues, enquanto formas individualizadas de expressão, originais e únicas, são uma voz imprescindível para se compreender o país em 2003. Eles expressam um mundo etário, social, comunicacional, cultural, político que, sendo uma continuação do mundo exterior, tem elementos "sui generis". Nenhum retrato da direita portuguesa em 2003 pode prescindir dos blogues da UBL ( http://blogues-livres.mirrorz.com/ ), nem um da esquerda do Blog de Esquerda ( http://blog-de-esquerda.blogspot.com/ ); nenhum retrato dos consumos culturais lisboetas de vários blogues "culturais" como O Crítico ( http://criticomusical.blogspot.com/ ), ou a Janela Indiscreta ( http://blog-de-esquerda.blogspot.com/ ); nenhum retrato do jornalismo sem os blogues de jornalistas; nem nenhuma história da obscenidade nacional (uma velha tradição portuguesa de Bocage a Vilhena) pode prescindir de O Meu Pipi ( http://omeupipi.blogspot.com/ ). Mil e um pequenos eventos, concertos de música, sessões literárias, jantares de jovens intelectuais, crónicas sociais de outro tipo de "sociedade", que nunca chegam aos jornais, encontram aí relatos testemunhais complementares dos do jornalismo tradicional. É um bocado como a correspondência no século XVIII e XIX, uma rara fonte para um reverso da história institucional oficial ou dos seus avatares.

Esta é uma tarefa patrimonial importante e é sabido que penso ser o património a essência das tarefas que cabem ao Ministério da Cultura. A lei que obriga ao depósito obrigatório está completamente desactualizada, e uma nova lei está a ser discutida há tempo demais, sem andar para a frente. Algumas tentativas sem continuidade foram feitas na Biblioteca Nacional, incluindo um estudo em colaboração com o ISCTE sobre o "arquivamento" da Internet, já em 2001. Depois disso o que é que se fez?

Quem é responsável, quem manda e não está a cumprir com as suas obrigações? Alguém há-de ser. Entretanto, continua a canalizar-se milhares de livros para instituições que não tem hoje qualquer sentido funcionarem com "depósito obrigatório". O anacronismo da lei aumenta as pilhas de livros e periódicos inúteis porque impossíveis de classificar, catalogar ou disponibilizar, desbaratando esforços que seriam mais úteis noutras actividades. Conheço pelo menos um caso em que vão para o lixo discretamente. Também tenho a certeza de que se lhes quiserem tirar o "depósito obrigatório" vão gritar por todos os lados.

O anacronismo mais prejudicial da lei é a sua dominação pelo papel, por guardar tudo o que é de papel e feito numa tipografia - exceptuando cartões de visita, facturas e impressos ...- e ignorar ou deixar num limbo perigoso todos os outros suportes de informação, ou mesmo espécies em papel que surgiram nas últimas décadas com a facilitação dos meios de impressão.

A lei ainda pensa nas tipografias de chumbo, e não nas impressoras a laser. Eu conheço nalgumas livrarias "alternativas" (e tenho na minha colecção) centenas de espécies que não estão na Biblioteca Nacional. Que tal é a vossa colecção de "O Berro - Arauto da Tertúlia Académica de Direito", do "Laranjinha", boletim do PSD de Torres Novas, do "Mais por Sintra - Jornal de Campanha da Candidatura de Edite Estrela" ou da "Voz do Povo -Boletim Informativo dos Grupos de Estudo Che Guevara" ? Pode ser que tenha acertado em algum que exista nos catálogos, mas não me parece. Quem guarda os CD-ROM, quem guarda os discos alternativos, quem guarda os fanzines, quem guarda os panfletos políticos e a parafernália dos objectos de campanha, quem guarda os arquivos digitais, quem guarda a Internet portuguesa?

Ninguém, diz o romeiro

terça-feira, julho 01, 2003

In memoriam

Morreu Henrique Correia. Morreu o homem e o administrador da Vodafone, o responsável pela revista da APDC, a “Comunicações” e uma figura incontornável na regulação entre operadores de telecomunicações.
Um homem frontal, uma “fonte” cheia de humor, uma figura que nos punha bem dispostos e a pensar.
Henrique Correia, quer na sua função na Vodafone quer na APDC sabia o que queria e tinha a coragem, não muito normal no meio económico, de dizer e escrever aquilo que sentia e que era necessário para o sucesso das entidades que servia.

Henrique Correia já tinha muitos anos de telecomunicações (passou inclusivé pela Marconi) e era desde 1992 – por isso um dos mais antigos – quadro da Vodafone. A sua presença imponente e a sua voz característica faziam com que aquilo que dizesse soasse de forma concludente.

E era uma pessoa que falava, que gostava de viver. Acho que não arranjava grandes inimigos porque ninguém pode ser inimigo de quem diz aquilo que pensa e de quem defende com convicção as suas ideias e ideais.

Falar de telecomunicações vai passar a ser diferente. Diferente porque teremos um outro actor, diferente porque as pessoas terão que agir de outra forma.

Claro que é importante falar de comunicações, num mercado ainda pouco liberalizado, com ex-reguladores a tornarem-se conselheiros da PT e com o mercado ainda estagnado...

João Oliveira

segunda-feira, junho 16, 2003

Decisões

Quem acompanha com alguma regularidade a imprensa especializada e os sítios Web das empresas que trabalham nas áreas de electrónica, informática, telecomunicações deve sentir por vezes uma raiva especial por estar em Portugal. Um dos exemplos mais curiosos passa-se com os desgraçados que gostam da marca Sony na sua vertente computorizada. Uma das marcas mais idolatradas do mundo depois dos Apple, os vários equipamentos da marca VAIO não são comercializados no país, tal como os PDA Clié… Somos pequenos, não se justifica, este artigo serve para criar pressão nas estruturas que decidem estas coisas…

Isto não acontece só nos computadores – decidir que zona do país tem mais cedo ADSL, cabo é outra “coisa” que passa muito pouco por decisões baseadas em outra coisa que não os números…

A verdade é que desde que uma invenção ou avanço tecnológico sai da prancheta de desenho até surgir, como protótipo ou produto no mercado vai um passo que tem que passar pelas capacidades de marketing, inteligência ou abertura dos que recebem estas propostas e têm que encaixá-las na sua gama de produtos e no próprio mercado.

A verdade é que as empresas jogam com isso. Um dos exemplos mais conhecidos e mais falados actualmente passa-se com o vídeo-telefone da Portugal Telecom.

Não é uma tecnologia recente nem sequer um produto que só agora poderia estar disponível. Não. É algo que internacionalmente e nacionalmente poderia ser colocado no mercado e só o foi agora porque interessava ao marketing. Os cidadãos que esperem…

terça-feira, junho 03, 2003

Wi-Fi

Wi-Fi

Já todos falam de wi-fi, redes sem fios ou ligações à Internet em banda larga. Neste momento, fazem-se apostas sobre quem primeiro entra no mercado, quem tenta arranjar soluções inovadoras ou vantajosas mas poucos se lembram que quem apostou em acessos, sem rede, à escala nacional, foi o Governo, através do projecto e-U – Campus Virtuais.

Mas o wi-fi não serve somente para colocar os campus universitários com rede completa. Serve para muito mais, tal como a banda larga. Mas antes de prosseguir neste devaneio tecnológico, convinha lembrar afinal o que estamos a falar.

Aceder à Internet actualmente significa duas coisas: ou temos uma ligação à Internet na empresa, em ADSL ou RDIS ou por cabo. Ou então temos um acesso gratuito, por linha telefónica, que transforma um acesso corrente numa longa maratona, ideal para ver e-mails mas não para conteúdos com outras características. A verdade é que a ligação por linha telefónica é lenta e não possibilita quer recursos multimédia quer outras funcionalidades que uma ligação mais rápida permite.

Por outro lado, um verdadeiro plano de banda larga, criado por governos (nacional, regional) ou entidades privadas permitirá que comunidades dispersas possam usufruir do acesso a esta rede de conhecimento de uma forma que antes não seria possível. Porque não vale a pensa estar a explicar conceitos técnicos: o que interessa são os benefícios. E esses benefícios são muito palpáveis: a comunidade emigrante poder enviar correio electrónico aos seus familiares, entrar em contacto com eles em videoconferencia, manter uma página de fotografias...

É um mundo de oportunidades que uma adequada lógica de integração entre associações, entidades privadas e públicas poderá dar vida!

quarta-feira, maio 14, 2003

Esperança

Esperança

Finalmente há um site da Câmara Municipal de Aveiro, entidade esta que parecia uma troglodita da Idade da Pedra na era da tecnologia. E o primeiro olhar por http://www.cm-aveiro.pt deu-me para escrever quatro pensamentos. Duas alegrias, uma desilusão e uma esperança, que é ao mesmo tempo um desafio.

A primeira alegria passa, desde logo, pela existência do site. Finalmente a Câmara de Aveiro mostra-se ao mundo e mantém um site que espero que seja uma ferramenta de trabalho e não um mero mostruário de textos legais e com formulários verdadeiramente electrónicos – já passámos a fase do “Download”, não acham?

A segunda alegria, por alguns dos serviços e informações já existentes, nomeadamente a questão do mapa interactivo (saúda-se embora pudesse estar melhor) e as actas de reunião de Câmara desde 1993 – espera-se que com melhor sistema de pesquisa). Também alguns documentos já em discussão pública – muito embora o sistema de abertura em janela seja complicado - é de aplaudir!

A desilusão, que é ao mesmo tempo uma esperança, prende-se com a questão do actual site ser ainda um esqueleto. Um esqueleto com ossos que o potenciam como forte – claro que com pequenas mazelas – mas ainda sem os músculos que o tempo de espera poderia prever... Há já algum material inserido e há, segundo a vereadora e mãe do site Lusitana Fonseca, 28 editores para mais inserir. Isso é bom, espero é que também haja um supereditor... Caso contrário...

A esperança, é que alguns dos erros já notados – campos de pesquisa melhores, algumas exigências descabidas, informação veiculada com algum desiquilibro, seja melhorada e, principalmente, mantida... e que mais serviços floresçam, num espaço que deve ser de participação pública e não de glorificação política.

quarta-feira, maio 07, 2003

Comunicações

A recente apresentação publicitária da Vodafone sobre o Connect Card possibilita a visão de algo que já é corriqueiro para o “teckie” mas que o utilizador comum só agora se apercebe. E lança uma dúvida sobre a iliteracia digital e tecnológica do comum dos mortais.

Para um utilizador que saiba algo de novas tecnologias – desde comunicações a Bluetooth, desde Wi-Fi a GPRS – a leitura dos vários manuais de instruções, uns telefonemas exasperantes para os centros de atendimento ao cliente e alguma técnica de “acerto-erro-acerto” faz com que seja possível colocar um PDA a comunicar com um telemóvel e a partir dai receber correio electrónico ou navegar na Internet. Mais fácil, porque integrado, é a possibilidade de utilizar as tecnologias WAP do telemóvel. Ou outras soluções.

Isto quer dizer o seguinte: as campanhas devem ser pedagógicas. Os produtos devem ser apetecíveis. Não apenas em relação ao embrulho que se faz mas sim na integração das tecnologias. É muito bonito dizer que é possível algo, mostrar a facilidade de determinada solução mas sem as pessoas perceberem o como, tudo se dilui.

Isto leva à grande discussão tecnológica-design-comunicação: como fazer produtos de tecnologia com usabilidade, design e perceptiveis para o utilizador comum. Como escrever manuais e menus à prova de “idiotas” – aqueles que são tão cheios de ideias que só lêem o manual quando já fizeram asneira.
Há a outra vertente: a explicação tecnológica, a formação e a educação para a ciência. Um passo de gerações. Sempre impossível de vencer.

quarta-feira, abril 23, 2003

killers

Um dos termos mais conhecidos do jargão de negócio na área das tecnologias é “killer aplications”. E são fundamentais para a percepção – por vezes errada – daquilo para o qual estamos a trabalhar.
“Aplicações de morte” – o termo em inglês é engraçado mas é significativo pois lembra que a utilidade do objecto-tecnologia depende de uma aplicação fulcral (e por isso mortal quando não existente) para a sobrevivência do produto.

Afinal o que são “killers aplications”? Bem, não estamos a falar de algo específico mas sim de um conceito que de acordo com a ferramenta tecnológica satisfaz as necessidades do consumidor.

Uma das mais conhecidas discussões sobre o UMTS – os actualmente famigerados telefones de terceira geração – prendia-se exactamente com a necessidade – sentida ou induzida – que o consumidor iria ver resolvida com a aquisição de determinado produto tecnológico.

Obviamente que estamos a falar de produtos tecnológicos que de alguma forma suportam aplicações. E podemos falar de vários exemplos: as caixas interactivas para televisão por cabo interactiva, os novos telefones móveis com múltiplas capacidades, os próprios Tablet PC...

Cada uma destas ferramentas precisa, como uma necessidade única, de uma aplicação que as pessoas usem e necessitem muito – ou que lhes seja criada essa necessidade.
No caso dos telefones móveis, a sua principal função – a voz – continua a ser a que mais receitas gera. Só que enquanto essa área tem um nível de expansão limitado (o tempo é muito escasso) a área das comunicações de dados é de interesse financeiro superior. E nessa, a qquestão da “aplicação” que gere receitas é fundamental. Actualmente, como todos bem sabemos, é o SMS ou os sub-produtos dele derivados que absorvem a fatia de leão mas qualquer empresa gostaria de saber qual a nova “apetência” que irá siderar os consumidores... A tal killer aplication!

terça-feira, abril 15, 2003

Segurança

Em estudos vários, a segurança na área informática tem um papel preponderante como o verdadeiro “Velho do Restelo” para as tecnologias da informação e para o espalhar do uso pelo cidadão comum.

Os problemas são vários. Para empresas, para os cidadãos e para o utilizador ocasional. Qualquer um sofre. E dada a forma como as tecnologias estão disseminadas, todos sofremos.

As estatísticas não dissem nada de especial que as notícias mais recentes já não nos tenham dito. Em termos básicos, a segurança é um factor fundamental em termos informáticos. Seja porque está a correr o risco de fornecer informação pessoal, quer pelo estigma que permanece nas compras electrónicas, devido à necessidade de transferir informação sensível.

Menos grave do que a intrusão de um desconhecido no seu computador está a destruição do seu disco (ou algo parecido) perpretado por um vírus. E tudo porque não actualizou o seu programa de antivirus. Ou porque simplesmente nunca adquiriu nenhum... Quando eles são tão baratos!

Lição número um da segurança: actualize-se! Os programas podem vir com defeitos (bugs) mas as empresas vão tentando tapar esses buracos. E as empresas de antivirus são, por seu turno, especialistas em conseguir encontrar antídotos para os maiores problemas que nos chegam pela caixa de correio electrónico.

Lição número dois: nunca é demais prevenir... Sabe que todos nós conhecemos alguém que estava prestes a fazer o seu “backup” anual/semestral da informação que tem no disco quando se deu aquele problema “grave” e ele perdeu tudo? Ou que o computador portátil sofreu uma queda e a informação se perdeu? Pois... numa altura em que os CD para gravar estão tão baratos...
Continuamos as lições para uma próxima oportunidade!

jmo@esoterica.pt

Aveiro e as tecnologias

Segundo a ZDNet, a Sight Portuguesa, consultora de gestão, foi a empresa seleccionada pela Câmara Municipal de Aveiro para proceder à inventariação de 30.000 bens que compõem o seu universo patrimonial.

“O facto de o município de Aveiro ter preferido a SIGHT para levar a cabo este trabalho de responsabilidade deve-se, sobretudo, à nossa experiência”, declarou Pedro Costa, Director-Geral Adjunto da SIGHT Portuguesa. “Demonstra a satisfação que o nosso trabalho deixou noutras autarquias nas quais realizámos projectos da mesma natureza”, concluiu o responsável da consultora segundo a notícia.
O projecto foi complementado com a elaboração de um Manual de Procedimentos que consiste na criação de regras claras, especificamente definidas para a optimização da gestão do imobilizado pertencente à Câmara Municipal de Aveiro. Os trabalhos foram concluídos com a migração de toda a informação recolhida para o software AIRC utilizado pelo município de Aveiro. E o site???

terça-feira, abril 01, 2003

Ler em crise

Se estamos em crise ou não, isso serve como motivo para inúmeros artigos mas não nesta coluna. Aqui escreve-se tendo como premissa que o leitor precisa de tecnologia, até tem tecnologia em casa (em abundância) e precis de alguma lógica centralizadora.

Quando adquirimos um leitor de CD-ROM, uma aparelhagem ou um computador (sem falar numa câmara de vídeo e/ou máquina fotográfica digital, é imperioso, nos dias que correm, optar tendo em conta a convergência e os equivalentes do que temos em casa. Por uma simples e prática razão: dinheiro!

As características técnicas do que adquirimos são importantes, sem dúvida, mas o orçamento suplementar para adequar as várias aquisições tecnológicas poderá ser um argumento decisivo. Há inúmeros exemplos para vos mostrar.

A aquisição de uma aparelhagem ou somente um módulo depende das capacidades financeiras e de adaptação para o local que se destina, mas é completamente dispensável se o objectivo é ouvir um CD no local da casa (tipo escritório) onde está o computador. Há sempre soluções convergentes e o planear cuidado das aquisições é fundamental.

Vejam o caso de uma máquina fotográfica: para quem não tem computador é melhor esqauecer outra opção que não uma máquina fotográfica normal, compacta ou “reflex”. Mas para quem tem uma reflex, talvez seja melhor, na altura da aquisição de uma digital, aquela que receba as objectivas que temos a mais. Por outro lado, se adquirimos uma máquina fotográfica digital e já temos outro equipamento parecido, convém ver o sistema de armazenagem: quem tem uma Microdrive estará interessado em ter um equipamento com Compact Flash mas quem tenha um portátil Sony poderá estar interessado num com MemoryStick.
Para quem vai construir uma casa, o importante é ter toda a casa com cabos de rede, dado que o custo é insignificante (talvez mais 500/1000 euros) e as capacidades obtidas são múltiplas. Já numa casa que não deva ter fios, os sistemas wireless são um “must”...

terça-feira, março 25, 2003

Solidários

Estou a utilizar um computador. No meu dia-a-dia. Quem me lê, decerto usa um. Ou dois. Ou mesmo três, quando não são dos que têm três computadores em casa e por vezes o portátil do emprego.

Nas empresas começam a existir computadores em todas as esquinas. Aliás, em todo o lado. E esses computadores estão a ser utilizados numa pequena parte da sua capacidade. E nem sequer estou a referir-me a projectos de partilha de capacidade de processamento. Estou a falar do aproveitamento de computadores antigos.

As empresas e outras instituições, especialmente aquelas mais industrializadas, costumam ter computadores antigos, cujas actualizações ou exigências profissionais transformam em “óptimos pesos-mortos” que só exasperam o seu (ainda) utilizador ou nem para isso servem, pois estão desligados a um canto.

Esses computadores podem ajudar muitos. Podemos ter uma geração futura que saiba mais sobre computadores mas, mais do que isso, podemos ter uma geração presente – quer nova quer menos “nova” – a aprender mais sobre a ferramenta que mudou a nossa forma de trabalhar.

A forma de ajudar pode simples e requer pouco esforço. O conceito parte do princípio que existe solidariedade. Este conceito poderá ser uma realidade num futuro próximo e apoiar um conjunto de pessoas para quem o “digital divide” – a designação universal entre info-incluídos e info-excluídos – é mais do que algo que não entendem, uma realidade concreta: a de imaginar o computador, as novas tecnologias – sim, até o telemóvel – como um papão imenso...

jmo@esoterica.pt

terça-feira, março 18, 2003

Marcar a diferença

Como vos lembrei numa das mais recentes crónicas, é fundamental pensar no interesse dos conteúdos que se colocam num site Internet. Aliás, é mero senso comum, lembrar algo que deve presidir ao nosso quotidiano – pensar antes de fazer, organizar matérias e só depois andar para a frente.

A organização é fundamental e muitas das queixas que se recebem dos sistemas electrónicos passam, curiosamente, pela suposta falta de organização. As queixas variam entre o correio electrónico publicitário não solicitado (mais conhecido como SPAM), o excesso de e-mail recebidos, a massa dispersa de informação na Internet ou o pouco tempo que têm disponíveis.

Para outros, as ferramentas com que trabalham não os ajudam.

Se para certas matérias eu não tenho solução possível, queria ajudar-vos um pouco na gestão dos serviços, sites e ferramentas que usam na Internet. A solução é das mais fáceis que até agora encontrei e consegue-se atingir um resultado satisfatório em pouco tempo.

Basicamente, sugiro que utilizem as actuais ferramentas que devem ter no computador (ferramentas do tipo Office) e o espaço em disco que qualquer fornecedor de acesso possibilita para a criação de uma homepage. A partir disso, é só trabalhar um pouco e conseguir que tudo o que interesse esteja disponível onde quer que se encontre.
A Microsoft, no Windows XP, já começa a lançar esta ideia. Mas eu sugiro que cada um faça de forma manual.

Para começar, crie um documento (Word, por exemplo) com descrições e links para todos os serviços que habitualmente precisa: desde os jornais que lê até ao site da TV Cabo ou de assinante TMN, do banco online até à EDP. Escreva todos os links. Faça o mesmo com o calendário do Outlook, os seus contactos, outros ficheiros inadiáveis. Faça ligações entre eles e grave como uma página web. E envie. E tem tudo disponível, num endereço que só você é que sabe...

Os utilizadores de Mac, mais concretamente das últimas versões, têm tudo o que até agora escrevi muito integrado no computador. Lógicas Apple
Recomendação óbvia: existem na net serviços que permitem guardar, com username e password a informação...

terça-feira, março 11, 2003

Governo electrónico



O Governo Electrónico tem a ver com o relacionamento integrado dos vários departamentos governamentais na utilização das tecnologias, com vista à prestação de melhores serviços e informação aos cidadãos e empresas.

O Governo Electrónico não é somente um projecto tecnológico. A sua parte fundamental consiste na definição de standards comuns para o Governo, na prestação de serviços de forma mais eficiente e na promoção de um trabalho integrado entre os departamentos governamentais, aproveitando ao máximo as potencialidades da tecnologia. Nos dias de hoje, queremos e necessitamos que a informação e os serviços governamentais estejam disponíveis 24 horas por dia 7 dias por semana.

A sociedade portuguesa adoptou rapidamente as novas formas de comunicação e o Governo Electrónico pretende ser a resposta do Governo de Portugal a este novo desafio. O Governo Electrónico vai permitir a prestação de novos e melhores serviços aos cidadãos e promover uma economia baseada no conhecimento e na prosperidade sustentável. Vai também facilitar às empresas fazerem negócio com o Governo e obterem informações de forma mais rápida e barata.
É importante que todos os desenvolvimentos futuros e investimentos realizados no âmbito do Governo Electrónico sejam realizados de uma forma integrada e coordenada entre si. Deste modo, a definição de eixos de intervenção, prioridades e metas quantificadas para o Governo Electrónico encontra um enquadramento estratégico integrado no Plano de Acção que a UMIC irá apresentar.

Acha que esta visão tem algo a ver consigo? Acha que isto o poderá ajudar no seu trabalho, na sua empresa ou no seu dia-a-dia? Gostava de ter a sua opinião. Envie-me um email para jmo@esoterica.pt

segunda-feira, março 03, 2003

Bons negócios

Bons negócios

Estou a iniciar um projecto editorial lembrando o que foi o início da Internet em Portugal e tem sido com um pouco de nostalgia que tenho acompanhado a lógica empresarial dos dias que correm. A sério.

Nos primeiro tempos de Internet com alguma lógica comercial, acompanhávamos as grandes mudanças com o interesse de ver algo de novo a surgir – não a fechar – e com a garra que algo estava a mudar no mundo.

Duas ou três noticias desta semana deram-me a mesma sensação. A Overture adquiriu o Altavista e o projecto AlltheWeb.com, um conceito muito interessante que estava com alguma falta de fundos. Por sua vez, o Google adquiriu o conceito mais interesante da Net, através de uma das empresas com mais garra – o Blogger

Estes negócios irão gerar alguma expectativa, estou certo, mas os utilizadores vão tirar partido de vantagens e não de desvantagens. Ao contrário de outros projectos…

Se os projectos comerciais em Portugal não vingam, ou pelo menos não o aparentam, cabe a uma das iniciativas governamentais – o “Cidades/Regiões Digitais” esse espírito. Desde que trabalhem bem os diversos consórcios. Desde que não trabalhem em circuito fechado. Desde que o objectivo não seja satisfazer alguns amigos mas sim trabalhar para o bem comum e para projectos inovadores.

Não posso aceitar, como infonauta, as ideias de fecho de conteúdos de forma total que algumas entidades portuguesas iniciaram de forma irreversível. Há projectos com lógica, há projectos bonitos… e há modelos de negócio. Há formas de conseguir que os projectos vivam. Há condicionantes a ter, questões de marketing… Será que as pessoas esqueceram-se da racionalidade?

Se querem racionalidade, dou-vos um exemplo: quanto gasta a empresa “X” em publicidade? Ou em marketing? E quanto é que o site dessa entidade noticiosa custa por ano? E quantos visitantes têm? Esquecem-se dos benefícios para o nome da empresa? Basta fazer as contas e reparar que afinal há outras maneiras de sustentar um site! Basta querer.

terça-feira, fevereiro 18, 2003

eEurope

O Plano de Acção eEurope 2002, concebido para colocar a Europa online o mais rapidamente possível, "foi um sucesso", atingindo os principais objectivos propostos, segundo a Comissão Europeia, que divulgou as suas conclusões na semana passada.
Disponível em http://www.europa.eu.int/information_society/eeurope/news_library/index_en.htm , o relatório final sobre o eEurope 2002, um plano centrado em 11 áreas estratégicas e 64 indicadores, - e que foi lançado no Conselho Europeu da Feira, em 2000, durante a presidência portuguesa da União Europeia (UE) indica que o número de lares europeus ligados à Internet mais do que duplicou entre 2000 e 2002, situando-se actualmente nos 43 por cento.

Portugal está um pouco abaixo da média europeia neste indicador, já que apenas 32 por cento dos lares nacionais possuem ligação à Internet, ainda assim à frente de Espanha (31 por cento) e Grécia (14 por cento). Neste capítulo, a Holanda, Dinamarca e Suécia lideram o processo, qualquer deles com mais de dois terços dos lares ligados à Internet.

Algo que os estudos não escondem é que a utilização da rede continua a ser predominantemente masculina. Em Novembro de 2002, apenas 47 por cento das mulheres afirmavam navegar na Internet contra 60 por cento dos homens.
O mundo empresarial, pelo seu lado, trabalha bem. Está mais ligado à Internet dos que os lares, mostrando os indicadores que mais de 90 por cento das empresas dos Quinze possuem uma conexão à rede. O relatório vinca, contudo, que a esmagadora maioria das
conexões à Internet na Europa continuam a ser feitas através de ligações telefónicas em banda estreita, embora o cabo e o ADSL comecem a ganhar terreno.

No que diz respeito à situação nas escolas, o documento revela que mais de 90 por cento dos estabelecimentos de ensino europeus estão ligados à Internet e que, em 2002, existia um rácio de cerca de 10 alunos por cada computador off-line, contra os 12 existentes em 2001. O número de alunos por computador online desceu também de 25 para 17 no mesmo período.

Por outro lado, a Europa possui hoje a mais rápida rede vocacionada para a investigação do mundo, a GEANT, que interliga centros de investigação em 32 países, incluindo Portugal. Acelerar o comércio electrónico será uma das prioridades para o futuro, uma vez que, em Novembro de 2002, apenas 23,5 porcento dos utilizadores da Internet na UE compravam online. Portugal fica mais uma vez longe da média europeia, com os cibercompradores a ficarem pouco acima dos 10 por cento do total de utilizadores.
Estes são os números da realidade... Aqueles que dão que pensar!

jmo@esoterica.pt

terça-feira, fevereiro 11, 2003

O mistério do site sem ROI

Já todos sabem a cartilha que impera no presente: em termos de tecnologias, pensa-se em integração, sites com ROI (“return of investment” – retorno do investimento) ou possibilidades do mesmo se efectuar num curto período de tempo e negócio...

Ora para os mais antigos, isso nunca foi o espírito da Internet. Muito embora o lirismo já não impere como antigamente, os verdadeiros projectos partiram de quem acredita neles, de quem considera que uma determinada ideia deve estar disponível na Internet e que o retorno – se é algo quantificável – chegará por outras vias – ou pela própria.

Se vender uma ideia é algo de complicado, temos que pensar que aquilo que aceitamos colocar na Net só em determinados casos terá algum interesse para o consumidor/leitor/cliente. Lembrem-se que, quando se escreve um livro, provavelmente não se venderá toda a tiragem. As pessoas poderão comprar e não lê-lo... As vantagens daquilo que se coloca na Internet é que todos podemos ler (ou não, basta fechar...) e podemos interagir... Uma liberdade imensa que a interactividade permite. Há que aproveitá-la!


A verdade é que os projectos de sucesso – que curiosamente depois de vendidos perdem a sua “aura mágica” foram aqueles que não tiveram ao lado, quase ao mesmo tempo que o “word” (sim, temos que nos livrar do uso daqueles preciosismos linguísticos do tipo “bloco e caneta”) a calculadora, o balanço anual e o potencial retorno do investimento. Sem esses, com engenharia, boas ideias e programação, surgiram projectos de sucesso. Aqueles em que responsáveis de projecto tiveram que sujeitar os seus orçamentos a directores e calendarizar verbas costumam ter um destino. Mais dia, menos dia vão dizer que a pessoa não conseguiu cumprir o orçamentado e fechá-lo!

A verdade é que as boas ideias continuam a existir. Em poucos dias li e comentei duas que me chegaram às mãos devido a questões profissionais. Era ideias que iam ter sucesso e, sei, pelo menos uma irá ter. Porque ainda há pessoas com o espírito antigo, o de “fazer por fazer” que resulta nas melhores oportunidades...

terça-feira, fevereiro 04, 2003

DVD

A estrela do Natal. A estrela electrónica de 2002. Um dos electrodomésticos que conseguiu ultrapassar o estatuto de “gadget” para se guindar ao de “standard” de qualquer sala de estar de casa média portuguesa. Para isso contribuiu o baixar drástico de preços – a lógica de uma máquina com recursos q.b. para atingir vendas de massas, as ofertas e o interesse num coleccionismo digital. É que vale muito mais a pena adquirir uma colecção com tecnologia digital, que ainda se manterá durante algum tempo do que os vídeos e os seus problemas de armazenamento.

Adquirido o leitor, passa toda a questão para a aquisição de filmes, musicais e todo o tipo de produtos vendidos em DVD. Aliás, se antes existia alguma preocupação sobre a quantidade de formatos que certos modelos conseguiam ler – MP3, VCD, CD-R ou CD-RW – agora a preocupação é apenas uma: para o cinéfilo apressado e amante da língua inglesa, a aquisição de um leitor “artilhado” com leitura multizonas é fundamental. Para os outros, basta a zona dois, a da Europa, para ver as últimas novidades, pensar no que adquirir em Portugal ou no estrangeiro, entre outras coisas.

Se a língua portuguesa é um óbice, então tenha muita atenção aos sites que visita. Na Amazon (em http://www.amazon.co.uk dado que a versão americana não é muito interessante, em termos de preço, envio e possibilidade da alfândega nos aborrecer) as informações técnicas são diminutas, tendo o utilizador que recorrer à melhor base de dados que existe para cinéfilos e amadores de filmes: IMDB – Internet Movie Database – e que dá informações, nomeadamente, da versão inglesa do filme. Claro que há um grande factor positivo: o sistema de comentários, sinopses e informações da Amazon. No IMDB, o que é completamente imparável é a informação: fundamental e divertida, um espaço óptimo para uma pessoa perder horas!

Noutro local que uso, BlackStar as informações são muito mais interessantes, em especial no que se refere aos aspectos técnicos da versão que pretendemos adquirir. Outra grande vantagem é as “pre-orders”, que permitem antecipar a aquisição de DVD de filmes que só irão sair muito mais tarde (o que possibilita que logo que se veja um filme se pode adquirir a possibilidade de o comprar...). É uma questão de procura!

jmo@esoterica.pt

terça-feira, janeiro 28, 2003

Inovação e Tecnologia

Sei que este não é um tema que “venda”. A área das novas tecnologias tem muito mais atractivos e a inovação é aquela matéria pouco “palpável” que as pessoas têm dificuldade em explicar e ainda menos em perceber.

No âmbito da União Europeia existem programas específicos nesta área que pretendem dar um empurrão decisivo para a consolidação do desempenho europeu em matérias tão diversas como a nanotecnologia, a energia atómica, ciências da vida, entre outras. Claro que é privilegiado quem aposta na investigação e quem já tem redes multi-europeias já criadas.

Conhecido por “6º PQ” ou sexto programa quadro de ciência e tecnologia, este constitui o principal instrumento de financiamento da investigação na Europa. O PQ abrange um período de cinco anos, verificando-se uma sobreposição entre o último ano de um PQ e o primeiro ano do PQ seguinte. O 6º PQ corresponde ao período 2002-2006.

O 6º PQ tem como objectivo contribuir para a criação de um verdadeiro “Espaço Europeu da Investigação” (EEI). O EEI é uma visão para o futuro da investigação na Europa: um mercado interno da ciência e da tecnologia. Incentiva a excelência científica, a competitividade e a inovação através da promoção de uma melhor cooperação e coordenação entre os intervenientes relevantes a todos os níveis. O crescimento económico depende cada vez mais da investigação e muitos dos desafios presentes e futuros para a indústria e a sociedade já não podem ser resolvidos apenas a nível nacional.

A Comissão Europeia é responsável pela execução do PQ, que tem um orçamento de 17,5 mil milhões de euros. Este montante representa perto de 4% do orçamento global da UE (2001) e 5,4% de todas as despesas públicas (não militares) em investigação na Europa. Sete por cento deste montante (1 230 milhões de euros) serão gastos em investigação nuclear no âmbito do programa-quadro Euratom.

Este ano, ou melhor, neste próximo programa-quadro serão também apoiadas as actividades que criem Redes de excelência, que tem por objectivo o reforço e desenvolvimento da excelência científica e tecnológica da Comunidade, integrando a nível europeu as capacidades de investigação existentes a nível nacional ou regional. Visa também incentivar a cooperação entre as universidades, centros de investigação, empresas (incluindo as PME) e organizações científicas e tecnológicas, orientando as actividades para objectivos de longo-prazo e pluridisciplinares. Os projectos integrados são também outra face visível desta nova forma de pensar. Portugal não pode desperdiçar estes dinheiros!

quinta-feira, janeiro 23, 2003

Banda Larga

Antes de começar a tratar de pormenores mais básicos, gostava de referir um ponto fundamental para o fruir de uma Internet interessante, que dê uma experiência útil ao consumidor e que até o faz feliz na carteira, porque sabe o que paga antecipadamente: Banda Larga.

Creio que a questão tecnológica fundamental para o crescimento exponencial da Sociedade da Informação e do Conhecimento é a "banda larga para todos", a preços comportáveis.

Isso passa por desenvolver uma política que permita o crescimento do acesso com largura de banda, com concorrência entre a rede fixa (cobre com tecnologias xDSL) e o cabo, por um lado, e o estímulo ao surgimento de redes alternativas ou complementares - em formato “wireless”, por exemplo. Temos de tirar partido das várias redes existentes, estimular a inovação e a criatividade neste domínio, dar força a quem queira investir nestas infra-estruturas, nevrálgicas para a produção, acesso e difusão de Conhecimento.

A banda larga é o verdadeiro motor do “e-learning”, dos Conteúdos multimédia, do comércio electrónico, da tele-medicina, das indústrias de tecnologia avançada (automóvel, moldes, aeronáutica, etc.). Sem banda larga, não podem os cidadãos e as empresas tirar todo o partido das potencialidades de terem acesso ao conhecimento, que é hoje a principal fonte de vantagem competitiva.

A capacidade de acesso à Internet de banda larga trás consigo a transformação da forma como nós vivemos, aprendemos e trabalhamos. A verdadeira banda larga significa muito mais que uma Internet rápida. Com ligações de alta velocidade, “always on”, com bidireccionalidade de voz, dados gráficos e vídeo, a verdadeira banda larga é chave para a próxima geração de serviços de comunicação.
A generalização da banda larga aumentará a eficiência e a produtividade no trabalho e em casa e abrirá um rol de novas oportunidades de negócio. Os benefícios para a qualidade de vida são difíceis de mensurar, dado o seu profundo impacto.
E até ter banda larga em casa é relativamente fácil... o problema é a PT colocar a banda em certos locais...

quinta-feira, janeiro 16, 2003

Campus Virtuais

O Governo vai lançar para a semana o projecto Campus Virtuais, que vai permitir a criação de «campus» virtuais nas universidades portuguesas e institutos politécnicos. A iniciativa, que passa pela instalação de redes de comunicação de banda larga sem fios nos estabelecimentos do ensino superior públicos e privados, apoio à aquisição de computadores equipados com essa tecnologia por professores e alunos e dotar as universidades de mais serviços baseados na Internet, vai ter um impacto que julgo muito importante.

Quero frisar que sou parte interessada, dado que trabalho para a entidade que vai lançar este programa: a UMIC. No entanto, acho que o assunto merece estas linhas e a vossa atenção. O objectivo é fomentar a criação de serviços universitários online que proporcionem a produção e partilha de conteúdos académicos entre estudantes e professores do ensino superior
Esta teia académica pretende declarar “guerra” aos antigos modelos de preparação de aulas. Serviços e disciplinas da universidade terão tendência para se deslocarem para meios informáticos. Serão os alunos que obrigarão os professores a colocar os seus materiais de apoio às disciplinas na Web. Desde links a livros em pdf, desde slides de apoio em powerpoint às notas, tudo poderá estar lá colocado.

Esta pretendida revolução de métodos de trabalho que o mundo universitário português vai viver nos próximos anos vai beneficiar não só alunos e professores como também os serviços administrativos dos estabelecimentos de ensino superior. «Vai ser possível optimizar recursos e eficiência, já que os serviços podem funcionar 24 horas por dia e em interacção com o Ministério da Ciência e do Ensino Superior», exemplificou Diogo Vasconcelos em entrevista ao Expresso.

Os professores vão poder beneficiar significativamente não só porque passam a ter formação em tecnologias de informação, para evitar o «gap» geracional com estudantes (ex: cursos que habilitem os professores a leccionar com apoio de aplicações do tipo «power point»), como também porque terão acesso aos serviços da faculdade sem interrupções, podendo efectuar operações desde a requisição de documentos até à colocação de notas. Ou ainda colocar e buscar sebentas «online» («e-books»), comprar livros online com desconto ou ainda apostar no «e-learning».

Sei, por algumas críticas que tenho recebido, que preferem artigos onde escrevo mais sobre o dia a dia de quem usa as tecnologias mais do que as visões críticas ou imaginativas de quem pensa num futuro melhor com o uso. Desta forma, irei escrever mais artigos relacionados com uma lógica de “consultório” ou de sugestões de uso das tecnologias e por isso solicito-vos que me informem sobre que temas gostariam de ver referidos, para que as minhas crónicas sejam, cada vez mais, aquilo que os leitores preferem…