terça-feira, dezembro 31, 2002

Pequenos problemas

Prepare-se para olhar para o seu computador como nunca olhou: para um instrumento de trabalho e não como um mero amontoar de problemas...

Primeiro passo. Analisar os problemas. Que tipo de computador tem? Que sistema operativo, processador, disco rígido... são pontos importantes mas não fundamentais. A outra pergunta fundamental para resolver grande parte dos problemas que tem com o seu computador é a seguinte: quais são as suas necessidades?

Nem imagina a quantidade de pessoas que perde dinheiro, tempo e recursos a fazer actualizações quando utiliza o seu computador como uma simples máquina de escrever inteligente.

Primeiro pense. Depois volve a pensar. A sua máquina é utilizada por quantas pessoas? A sua máquina serve para gerir o seu pequeno negócio, é entregue aos miúdos para conteúdos didácticos e jogos ou é a parceira fundamental para as suas apresentações?

Utiliza-se a Internet de forma exaustiva ou apenas para responder a e-mail? Áudio e vídeo são prioridades ou apenas subutilizações negligenciáveis?

Pode achar que são perguntas de retórica mas não o são. São perguntas fundamentais para avaliar da real necessidade de comprar um computador novo ou actualizar o antigo, de passar para o sistema operativo mais recente ou manter-se no fiável e quase perfeito sistema anterior, se deve comprar um modem ou ter ADSL ou RDIS, etc, etc...

Claro que todos andamos à procura do computador perfeito, que sirva para o homem de negócios e para o programador, do audiófilo ao editor de vídeo e do “puto” lá de casa à sua avó que entra em chats com vídeo. Pois... e já agora um Ferrari que leve uma família de sete pessoas na garagem, pode ser?

A verdade é que os computadores estão a ser feitos, cada vez mais, à medida das necessidades de cada utilizador, tentando que uma plataforma comum permita ser depois personalizável e actualizável pelas necessidades específicas do utilizador.

Este precisa ter certos conhecimentos básicos, necessários até, de forma a obter o melhor dos computadores que tem em casa... Bom Ano Novo!

sábado, dezembro 28, 2002

Aqui vão estar, em arquivo, todos os meus Info.id e as saudosas crónicas "Nos Canais dos Novos Media"

terça-feira, dezembro 24, 2002

Prendas de Natal

Atrasado, mesmo com as novas tecnologias, veio o Pai Natal. Será que valia a pena ele chegar, com as poucas notícias que vamos tendo para agradar este meio?

A verdade é que estamos a uma semana do final do ano e aquilo que sabemos é que a ANACOM decidiu adiar, logo por um ano, a abertura da terceira geração. O mercado bolsista agradece, as operadoras agradecem, os cidadãos se calhar não. Mas para quê bater mais no ceguinho? Instalou-se a filosofia que a terceira geração não era aquilo que sempre sonhámos. O mais curioso é que são exactamente os mesmos que nos disseram o contrário – as consultoras, as operadoras – que agora estão a vender “este peixe”. Dá para desconfiar, dá para não acreditar.

Também foram os mesmos que nos venderam a ideia que a Internet gratuita irá acabar… Essa, eu não comprarei nunca e a mesma irá se manter muito para além da morte deles.
Mas não falemos de coisas tristes mas sim desta época natalícia e das prendas possíveis.

Para as empresas, a melhor prenda possível é a retoma económica. Será que é possível pedirmos nós a elas que invistam nesta época, tentando reparar nos problemas internos da empresa, webizando aquilo que for possível e tentando dar uma imagem de dinâmica?

Para as entidades públicas, quer sejam as autarquias ou a Administração Pública Central, deve-se caminhar para uma melhor política de informação ao cidadão, para a criação de serviços Internet disponíveis e para a divulgação desta ferramenta de apoio cívico junto das populações mais desfavorecidas. Sobre esse tema, irei escrever logo em Janeiro sobre ele…

Para os cidadãos, é fundamental que exijam das empresas mais informação, é importante que saibam as grandes diferenças entre publicidade e realidade, entre a compatibilidade ou não das tecnologias mas mais do que isso, que saibam tirar partido das mesmas para melhorar a sua vida. Quer seja a Net, quer o computador ou a ferramenta electrónica de protecção, o futuro é de quem pensa nestes mecanismos como ajuda e não como o empecilho electrónico.

Que alguém, nas suas resoluções de Ano Novo tenha a sensatez de mostrar que o futuro é nosso, é digital e está aí a chegar!

sexta-feira, dezembro 20, 2002

Sensações

É uma sensação diferente estar do outro lado. Ver os artigos dos meus colegas, não estar nas conferências de imprensa, acompanhar apenas por alto as noticias saídas nas agências noticiosas, entrar naquele ritmo vivo de produção de uma peça jornalística...
Não sabia que ia custar tanto, mesmo tendo em conta que continuo na área da comunicação e a trabalhar sobre a temática predilecta e que abracei: a das tecnologias de informação e da sociedade do conhecimento.

E sobre essa temática penso continuar a dizer aquilo que penso, com a liberdade conquistada antes e tentando manter a imparcialidade e o rigor a que me acostumei como jornalista e que pretendo manter em todas as profissões e lugares por onde passarei.

Mesmo no Natal estou a olhar com receio para as vendas. O mercado está parado, os jornalistas queixam-se que não são marcadas conferências de imprensa e as empresas queixam-se da pouca apetência das pessoas para a aquisição de novos produtos. Mesmo sendo o Natal a época que é e mesmo com prendas tecnológicas a bom preço, o resultado não tem sido muito famoso. Mesmo nada.

Claro que o “clima” não ajuda. As pessoas necessitam de ter paliativos para mudar e muito embora haja um conjunto de tecnologias e projectos emergentes que são fundamentais e que estão a despontar um pouco por toda a Europa, ainda não têm o impacto, a presença e a força necessária para “alavancar” todo o mercado. É que não estamos a falar de novos sistemas operativos, não estamos a falar de nenhuma descoberta de “novas necessidades” e, acreditem, ainda estamos a viver a ressaca do “bug” do ano 2000.

Os novos modelos de negócio e a pura visão mercantilista da web também servem para semear a descrença entre os vários intervenientes do mercado, em especial para os mais antigos e que mantêm “aquele” espírito progressista e de uma nova visão para a sociedade. Mais do que meros modelos de negócio uns ao lado dos outros!

Por fim, a questão da rede. Eu quero continuar a forçar a tecla de referir que não podemos estar a vender sonhos. Falar de ADSL é referir casos gritantes de espaços, colados a cidades de dimensão que não têm possibilidades de ter banda larga tão cedo – o que é essencial para a instalação de um negócio.
Quando as cidades começarem a pensar em disputar mercados, tudo será diferente!!!

sexta-feira, dezembro 13, 2002

Obrigado!

Na vida tudo é relativo. E por isso, há situações em que somos obrigados a justificar com actos as afirmações que vamos fazendo. Pelo menos eu penso assim.
Estes devaneios filosóficos servem para justificar aquilo que vou escrever. Depois de dois anos no suplemento “Info&Net” da “A Capital”, irei mudar de actividade profissional, tentando mostrar que aquilo que dizia pode ser aplicado na prática.

Durante estes dois anos pretendi – sim, dado que por vezes não se consegue – incutir uma informação de qualidade compatível com a experiência e o reconhecimento que o “Info&Net” já tinha granjeado entre os seus leitores e fontes de informação.

Análise rigorosa, os melhores profissionais, notícias dadas a tempo foram algumas das facetas desse trabalho que serão mantidas sempre, numa perspectiva de qualidade que se pretende para este suplemento.

Ao mesmo tempo, foi meu objectivo dar a conhecer as várias facetas, não me deixar “cair” num jornalismo cinzento, de “press-release”.
Por fim, tentei que algumas das causas pelas quais me bati: o acesso à informação, uma mais rápida e eficaz divulgação das ferramentas de tecnologias de informação, telecomunicações e Internet e uma melhor comunicação fossem atingidas.

Relações conflituosas, é normal arranjar. Sempre com o intuito e a força da lógica que o meu papel é informar os leitores, lembrando-lhes que também é deles uma das maiores responsabilidades no estado democrático: manterem-se informados sobre as matérias que respeitam à sua cidadania e aos meios afectos pelo Estado à melhoria das actividades relacionadas com o cidadão.

Só que chega o momento em que, convidado para fazer parte de uma equipa responsável pela criação e execução das políticas ligadas à sociedade de informação, entendi por bem não poder responder a este desafio cívico, a esta nova condição profissional, a esta vontade interior de ser “agente de mudança”.

Agora, gerindo a comunicação da UMIC, unidade que responde pelas políticas de sociedade de informação e inovação no país tentarei que chegue uma informação correcta, em substância e em qualidade aos meios de comunicação. Ao serviço de um desígnio mais vasto: o de colocar Portugal como um dos países de referência no seio da Comunidade Europeia. Assim o desejo. Até breve!

sexta-feira, dezembro 06, 2002

Oportunidades…

A semana que passou era de presença obrigatória no Congresso das Comunicações. Estudos optimistas e técnicos pessimistas, gestores irritados e candidatos a políticos a afirmarem-se, este congresso das comunicações, com menos presenças e muito mais aberto nas temáticas demonstrou ser um interessante espaço de entretenimento. Se também o foi em termos de negócio, nesta época de crise, já há dúvidas...

A verdade é que circular por este espaço permite ter uma visão real do que se passa nas empresas portuguesas. Saber quais as que estão em crise (não aparecem), as que estão menos bem - são as que aparecem mas onde quase se nota os sapatos demasiado coçados - e as que se vão aguentando... A verdade é que a situação não está fácil para ninguém e mesmo empresas que foram consideradas "exemplos de sucesso", como a Altitude Software estão a passar dificuldades graves, algumas quase letais.

Em relação ao mercado de conteúdos, é fácil dizer que ele, pura e simplesmente, não existe ou está completamente moribundo. Na ânsia de receitas, perdeu-se de vista do que verdadeiramente são os dados de valor acrescentado para o consumidor, qual a lógica das subscrições ou a própria ética em relação às necessidades de financiamento. O panorama pode não ser animador mas temos a certeza que pior não pode ficar.

Mas um e-mail recebido dos Açores, tal como a minha própria queixa a sete quilómetros de Aveiro (e a igual distância de outras duas cidades…) faz-me lembrar como tudo aquilo que estamos a falar é muito superficial. Andamos todos a dizer que a banda larga é que é mas na Costa Nova ou Barra (espaços onde muita gente já tem a sua primeira casa) o cabo não tem interactividade e o ADSL não chega. Em Cedros, na ilha Faial, 20km (e no mínimo 20 minutos) da cidade de Horta, “claro” que também não há ADSL. Um leitor desta coluna perguntou e a resposta da PT foi simples: “não há previsão para as regiões remotas desta ou das outras ilhas”. O que falta, como o engenheiro electrotécnico que me escreve bem sabe, são só uns equipamentos electrónicos de conversão para instalação nas centrais telefónicas das freguesias, já que os cabos existentes são aptos para ADSL.

Pois… dá que pensar, não dá? E é a este assunto que irei voltar numa próxima crónica.