Inconfundível dúvida
Há coisas que não são para perceber mesmo... Pelo menos é o que eu penso, quando leio certas notícias...
Expliquem-me por favor. Em vários jornais é referida a participação portuguesa na cimeira europeia para a área de telecomunicações e sociedade de informação, que aprovou uma pacote de medidas e que também avançou com o eEurope... Esta temática, esquecida por grande parte dos órgãos de comunicação social portugueses - especialmente na componente de análise sobre as suas consequências - tem tido uma importância pequena e restrita a poucos órgãos especializados, o que acho estranho derivado à real necessidade, achamos nós, de saber muito bem aquilo que se aprova lá fora para executar “cá dentro”...
Para além do destaque que lhe deveria ser dedicado, é de importância fundamental que as regiões e todos nós sem sintam capazes de ver aquilo que será possível fazer com este plano de acção. É que não estamos apenas a falar de temáticas relativas ao “gueto” digital. São assuntos tão importantes para o dia-a-dia das pessoas como as acessibilidades ou a educação. Exactamente porque se interligam. Acho que é um mero serviço público... falar sobre o assunto. E se a culpa é da comunicação social – e dos leitores, que querem ler é as tricas do futebol – os nossos governantes também não estão isentos de culpa.
Aquilo que não compreendo foi a representação portuguesa na tal cimeira. Mais concretamente, estiveram em Sevilha Dulce Franco e Valente de Oliveira. Se a primeira ainda se compreende, dado ter a pasta das telecomunicações no Ministério da Economia, já Valente de Oliveira parece um “corpo estranho” na engrenagem... Se há um Ministro-Adjunto do Primeiro-Ministro com essas competências, se também há um Ministro da Ciência com “algumas” das matérias mais interessante do plano de acção, qual é a lógica disto? Esperemos que este assunto fique resolvido rapidamente para que em Portugal se comece a ter mais literacia digital, rumo ao verdadeiro e-gov. Aqui, nesta coluna, tentarei dar a conhecer o verdadeiro Estado da Nação digital...
Mas as dúvidas também se colocam numa vertente muito mais prática do dia-a-dia dos portugueses. Em duas conversas com responsáveis de empresas fabricantes de hardware retive a velocidade avassaladora dos “ciclos de vida” dos produtos. Derivados dos avanços, é capaz de um modelo de computador, seja portátil ou não, apenas estar numa loja cerca de dois/três meses, sendo substituído pelo modelo mais recente... Imaginem agora a vossa dúvida mais profunda: compro ou não? Mas a verdade é que há uma resposta correcta no meio desta velocidade. Só comprem um computador quando precisarem dele...
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