terça-feira, janeiro 28, 2003

Inovação e Tecnologia

Sei que este não é um tema que “venda”. A área das novas tecnologias tem muito mais atractivos e a inovação é aquela matéria pouco “palpável” que as pessoas têm dificuldade em explicar e ainda menos em perceber.

No âmbito da União Europeia existem programas específicos nesta área que pretendem dar um empurrão decisivo para a consolidação do desempenho europeu em matérias tão diversas como a nanotecnologia, a energia atómica, ciências da vida, entre outras. Claro que é privilegiado quem aposta na investigação e quem já tem redes multi-europeias já criadas.

Conhecido por “6º PQ” ou sexto programa quadro de ciência e tecnologia, este constitui o principal instrumento de financiamento da investigação na Europa. O PQ abrange um período de cinco anos, verificando-se uma sobreposição entre o último ano de um PQ e o primeiro ano do PQ seguinte. O 6º PQ corresponde ao período 2002-2006.

O 6º PQ tem como objectivo contribuir para a criação de um verdadeiro “Espaço Europeu da Investigação” (EEI). O EEI é uma visão para o futuro da investigação na Europa: um mercado interno da ciência e da tecnologia. Incentiva a excelência científica, a competitividade e a inovação através da promoção de uma melhor cooperação e coordenação entre os intervenientes relevantes a todos os níveis. O crescimento económico depende cada vez mais da investigação e muitos dos desafios presentes e futuros para a indústria e a sociedade já não podem ser resolvidos apenas a nível nacional.

A Comissão Europeia é responsável pela execução do PQ, que tem um orçamento de 17,5 mil milhões de euros. Este montante representa perto de 4% do orçamento global da UE (2001) e 5,4% de todas as despesas públicas (não militares) em investigação na Europa. Sete por cento deste montante (1 230 milhões de euros) serão gastos em investigação nuclear no âmbito do programa-quadro Euratom.

Este ano, ou melhor, neste próximo programa-quadro serão também apoiadas as actividades que criem Redes de excelência, que tem por objectivo o reforço e desenvolvimento da excelência científica e tecnológica da Comunidade, integrando a nível europeu as capacidades de investigação existentes a nível nacional ou regional. Visa também incentivar a cooperação entre as universidades, centros de investigação, empresas (incluindo as PME) e organizações científicas e tecnológicas, orientando as actividades para objectivos de longo-prazo e pluridisciplinares. Os projectos integrados são também outra face visível desta nova forma de pensar. Portugal não pode desperdiçar estes dinheiros!