segunda-feira, março 03, 2003

Bons negócios

Bons negócios

Estou a iniciar um projecto editorial lembrando o que foi o início da Internet em Portugal e tem sido com um pouco de nostalgia que tenho acompanhado a lógica empresarial dos dias que correm. A sério.

Nos primeiro tempos de Internet com alguma lógica comercial, acompanhávamos as grandes mudanças com o interesse de ver algo de novo a surgir – não a fechar – e com a garra que algo estava a mudar no mundo.

Duas ou três noticias desta semana deram-me a mesma sensação. A Overture adquiriu o Altavista e o projecto AlltheWeb.com, um conceito muito interessante que estava com alguma falta de fundos. Por sua vez, o Google adquiriu o conceito mais interesante da Net, através de uma das empresas com mais garra – o Blogger

Estes negócios irão gerar alguma expectativa, estou certo, mas os utilizadores vão tirar partido de vantagens e não de desvantagens. Ao contrário de outros projectos…

Se os projectos comerciais em Portugal não vingam, ou pelo menos não o aparentam, cabe a uma das iniciativas governamentais – o “Cidades/Regiões Digitais” esse espírito. Desde que trabalhem bem os diversos consórcios. Desde que não trabalhem em circuito fechado. Desde que o objectivo não seja satisfazer alguns amigos mas sim trabalhar para o bem comum e para projectos inovadores.

Não posso aceitar, como infonauta, as ideias de fecho de conteúdos de forma total que algumas entidades portuguesas iniciaram de forma irreversível. Há projectos com lógica, há projectos bonitos… e há modelos de negócio. Há formas de conseguir que os projectos vivam. Há condicionantes a ter, questões de marketing… Será que as pessoas esqueceram-se da racionalidade?

Se querem racionalidade, dou-vos um exemplo: quanto gasta a empresa “X” em publicidade? Ou em marketing? E quanto é que o site dessa entidade noticiosa custa por ano? E quantos visitantes têm? Esquecem-se dos benefícios para o nome da empresa? Basta fazer as contas e reparar que afinal há outras maneiras de sustentar um site! Basta querer.