terça-feira, fevereiro 11, 2003

O mistério do site sem ROI

Já todos sabem a cartilha que impera no presente: em termos de tecnologias, pensa-se em integração, sites com ROI (“return of investment” – retorno do investimento) ou possibilidades do mesmo se efectuar num curto período de tempo e negócio...

Ora para os mais antigos, isso nunca foi o espírito da Internet. Muito embora o lirismo já não impere como antigamente, os verdadeiros projectos partiram de quem acredita neles, de quem considera que uma determinada ideia deve estar disponível na Internet e que o retorno – se é algo quantificável – chegará por outras vias – ou pela própria.

Se vender uma ideia é algo de complicado, temos que pensar que aquilo que aceitamos colocar na Net só em determinados casos terá algum interesse para o consumidor/leitor/cliente. Lembrem-se que, quando se escreve um livro, provavelmente não se venderá toda a tiragem. As pessoas poderão comprar e não lê-lo... As vantagens daquilo que se coloca na Internet é que todos podemos ler (ou não, basta fechar...) e podemos interagir... Uma liberdade imensa que a interactividade permite. Há que aproveitá-la!


A verdade é que os projectos de sucesso – que curiosamente depois de vendidos perdem a sua “aura mágica” foram aqueles que não tiveram ao lado, quase ao mesmo tempo que o “word” (sim, temos que nos livrar do uso daqueles preciosismos linguísticos do tipo “bloco e caneta”) a calculadora, o balanço anual e o potencial retorno do investimento. Sem esses, com engenharia, boas ideias e programação, surgiram projectos de sucesso. Aqueles em que responsáveis de projecto tiveram que sujeitar os seus orçamentos a directores e calendarizar verbas costumam ter um destino. Mais dia, menos dia vão dizer que a pessoa não conseguiu cumprir o orçamentado e fechá-lo!

A verdade é que as boas ideias continuam a existir. Em poucos dias li e comentei duas que me chegaram às mãos devido a questões profissionais. Era ideias que iam ter sucesso e, sei, pelo menos uma irá ter. Porque ainda há pessoas com o espírito antigo, o de “fazer por fazer” que resulta nas melhores oportunidades...