quinta-feira, janeiro 16, 2003

Campus Virtuais

O Governo vai lançar para a semana o projecto Campus Virtuais, que vai permitir a criação de «campus» virtuais nas universidades portuguesas e institutos politécnicos. A iniciativa, que passa pela instalação de redes de comunicação de banda larga sem fios nos estabelecimentos do ensino superior públicos e privados, apoio à aquisição de computadores equipados com essa tecnologia por professores e alunos e dotar as universidades de mais serviços baseados na Internet, vai ter um impacto que julgo muito importante.

Quero frisar que sou parte interessada, dado que trabalho para a entidade que vai lançar este programa: a UMIC. No entanto, acho que o assunto merece estas linhas e a vossa atenção. O objectivo é fomentar a criação de serviços universitários online que proporcionem a produção e partilha de conteúdos académicos entre estudantes e professores do ensino superior
Esta teia académica pretende declarar “guerra” aos antigos modelos de preparação de aulas. Serviços e disciplinas da universidade terão tendência para se deslocarem para meios informáticos. Serão os alunos que obrigarão os professores a colocar os seus materiais de apoio às disciplinas na Web. Desde links a livros em pdf, desde slides de apoio em powerpoint às notas, tudo poderá estar lá colocado.

Esta pretendida revolução de métodos de trabalho que o mundo universitário português vai viver nos próximos anos vai beneficiar não só alunos e professores como também os serviços administrativos dos estabelecimentos de ensino superior. «Vai ser possível optimizar recursos e eficiência, já que os serviços podem funcionar 24 horas por dia e em interacção com o Ministério da Ciência e do Ensino Superior», exemplificou Diogo Vasconcelos em entrevista ao Expresso.

Os professores vão poder beneficiar significativamente não só porque passam a ter formação em tecnologias de informação, para evitar o «gap» geracional com estudantes (ex: cursos que habilitem os professores a leccionar com apoio de aplicações do tipo «power point»), como também porque terão acesso aos serviços da faculdade sem interrupções, podendo efectuar operações desde a requisição de documentos até à colocação de notas. Ou ainda colocar e buscar sebentas «online» («e-books»), comprar livros online com desconto ou ainda apostar no «e-learning».

Sei, por algumas críticas que tenho recebido, que preferem artigos onde escrevo mais sobre o dia a dia de quem usa as tecnologias mais do que as visões críticas ou imaginativas de quem pensa num futuro melhor com o uso. Desta forma, irei escrever mais artigos relacionados com uma lógica de “consultório” ou de sugestões de uso das tecnologias e por isso solicito-vos que me informem sobre que temas gostariam de ver referidos, para que as minhas crónicas sejam, cada vez mais, aquilo que os leitores preferem…