sexta-feira, dezembro 20, 2002

Sensações

É uma sensação diferente estar do outro lado. Ver os artigos dos meus colegas, não estar nas conferências de imprensa, acompanhar apenas por alto as noticias saídas nas agências noticiosas, entrar naquele ritmo vivo de produção de uma peça jornalística...
Não sabia que ia custar tanto, mesmo tendo em conta que continuo na área da comunicação e a trabalhar sobre a temática predilecta e que abracei: a das tecnologias de informação e da sociedade do conhecimento.

E sobre essa temática penso continuar a dizer aquilo que penso, com a liberdade conquistada antes e tentando manter a imparcialidade e o rigor a que me acostumei como jornalista e que pretendo manter em todas as profissões e lugares por onde passarei.

Mesmo no Natal estou a olhar com receio para as vendas. O mercado está parado, os jornalistas queixam-se que não são marcadas conferências de imprensa e as empresas queixam-se da pouca apetência das pessoas para a aquisição de novos produtos. Mesmo sendo o Natal a época que é e mesmo com prendas tecnológicas a bom preço, o resultado não tem sido muito famoso. Mesmo nada.

Claro que o “clima” não ajuda. As pessoas necessitam de ter paliativos para mudar e muito embora haja um conjunto de tecnologias e projectos emergentes que são fundamentais e que estão a despontar um pouco por toda a Europa, ainda não têm o impacto, a presença e a força necessária para “alavancar” todo o mercado. É que não estamos a falar de novos sistemas operativos, não estamos a falar de nenhuma descoberta de “novas necessidades” e, acreditem, ainda estamos a viver a ressaca do “bug” do ano 2000.

Os novos modelos de negócio e a pura visão mercantilista da web também servem para semear a descrença entre os vários intervenientes do mercado, em especial para os mais antigos e que mantêm “aquele” espírito progressista e de uma nova visão para a sociedade. Mais do que meros modelos de negócio uns ao lado dos outros!

Por fim, a questão da rede. Eu quero continuar a forçar a tecla de referir que não podemos estar a vender sonhos. Falar de ADSL é referir casos gritantes de espaços, colados a cidades de dimensão que não têm possibilidades de ter banda larga tão cedo – o que é essencial para a instalação de um negócio.
Quando as cidades começarem a pensar em disputar mercados, tudo será diferente!!!