sexta-feira, dezembro 06, 2002

Oportunidades…

A semana que passou era de presença obrigatória no Congresso das Comunicações. Estudos optimistas e técnicos pessimistas, gestores irritados e candidatos a políticos a afirmarem-se, este congresso das comunicações, com menos presenças e muito mais aberto nas temáticas demonstrou ser um interessante espaço de entretenimento. Se também o foi em termos de negócio, nesta época de crise, já há dúvidas...

A verdade é que circular por este espaço permite ter uma visão real do que se passa nas empresas portuguesas. Saber quais as que estão em crise (não aparecem), as que estão menos bem - são as que aparecem mas onde quase se nota os sapatos demasiado coçados - e as que se vão aguentando... A verdade é que a situação não está fácil para ninguém e mesmo empresas que foram consideradas "exemplos de sucesso", como a Altitude Software estão a passar dificuldades graves, algumas quase letais.

Em relação ao mercado de conteúdos, é fácil dizer que ele, pura e simplesmente, não existe ou está completamente moribundo. Na ânsia de receitas, perdeu-se de vista do que verdadeiramente são os dados de valor acrescentado para o consumidor, qual a lógica das subscrições ou a própria ética em relação às necessidades de financiamento. O panorama pode não ser animador mas temos a certeza que pior não pode ficar.

Mas um e-mail recebido dos Açores, tal como a minha própria queixa a sete quilómetros de Aveiro (e a igual distância de outras duas cidades…) faz-me lembrar como tudo aquilo que estamos a falar é muito superficial. Andamos todos a dizer que a banda larga é que é mas na Costa Nova ou Barra (espaços onde muita gente já tem a sua primeira casa) o cabo não tem interactividade e o ADSL não chega. Em Cedros, na ilha Faial, 20km (e no mínimo 20 minutos) da cidade de Horta, “claro” que também não há ADSL. Um leitor desta coluna perguntou e a resposta da PT foi simples: “não há previsão para as regiões remotas desta ou das outras ilhas”. O que falta, como o engenheiro electrotécnico que me escreve bem sabe, são só uns equipamentos electrónicos de conversão para instalação nas centrais telefónicas das freguesias, já que os cabos existentes são aptos para ADSL.

Pois… dá que pensar, não dá? E é a este assunto que irei voltar numa próxima crónica.