quarta-feira, setembro 11, 2002

11 de Setembro

Esta semana só podia escrever sobre o 11 de Setembro. Era inevitável. Porque nenhum outro assunto teve tanto impacto no modo de olhar as liberdades adquiridas, também na Internet…

Um estudo dos Repórteres sem Fronteiras, recentemente publicado e disponível no site da organização, em http://www.rsf.org confirma isso mesmo. Mas os jornalistas e outros apaixonados pela sociedade de informação também poderiam verificar isso nos relatórios, notícias e legislação, especialmente nesta última, publicados ou alterados neste último ano. Países com tradições de democracia parecem estar loucos e pensar que a Internet é um meio eficaz para todo o tipo de crime. É, sem dúvida, mas não é este tipo de regras que o irão encontrar. Nem com este nem com nenhum…

O que é certo é que grande parte das instituições estão a colaborar. Imaginem a seguinte situação, que não se passa no nosso país: a Polícia Judiciária pedir aos correios que antes de distribuírem as suas cartas pessoais dos remetentes para os destinatários, fizessem uma fotocópia e guardassem. Claro, e depois deixassem os polícias verificarem o conteúdo.

Surreal? Claro que com meios electrónicos, era bem mais fácil. Só que se acham que isto é mentira, desenganem-se. Isto acontece. Um pouco por todo o mundo. E para já, achamos que não acontece em Portugal.

A verdade é que, como meio, a Internet pode potenciar o trabalho em comum de uma equipa situada em países diferentes. Aliás, é um dos exemplos que eu mais gosto de utilizar: uma equipa que tenha fortes conhecimentos do seu objectivo de trabalho e que tenha capacidades de se concentrar na sua tarefa específica num horário pré-determinado tira garantias de qualidade fortíssimas da Internet. Pois. Já viram que a definição serve, exactamente, para tudo, mesmo TUDO, quer seja uma empresa de arquitectos ou os componentes de um comando terrorista?

No entanto, a Internet, como meio, também serviu para muito mais. Quem, como eu, acompanhou os acontecimentos de 2001 com um olho na televisão e outro no monitor do computador, a Internet também serviu para ligar a solidariedade mundial, a criação de testemunhos vivos e de grupos onde se discutiam as últimas informações ao mesmo tempo que se sabiam os mortos oficiais, se enviavam mensagens de condolências ou se sabia se determinada pessoa estava ou não no local.
Foram momentos dramáticos, inultrapassáveis e que marcaram a Internet como um espaço de ajuda, de convivência, de interesse… E é isso que importa sublinhar!

jmo@esoterica.pt