sexta-feira, novembro 15, 2002

Mentalidades

Tenho observado, com desgosto e/ou alguma pena que ainda há pessoas que não se preocupam minimamente com computadores, tecnologias e que exprimem publicamente esse desprezo. Considero ainda que há muitas famílias para quem as novas tecnologias podem passar ao lado da educação do seu filho. Esquecem-se, todavia, que estão a cerceá-lo de muitas vantagens, caso ele, por vontade própria, não avance os seus conhecimentos nesta área.

Ainda mais preocupante é quando pessoas que precisam de utilizar o computador de forma intensiva na sua área profissional remetem para os “técnicos”, aquelas personagens de ficção que lhes resolvem os problemas, todas as suas necessidades, não retendo os conhecimentos para uma futura resolução. E ainda para quem vai com ideias pré-concebidas para um emprego…

Uma resposta madura e realista para quem se candidata a um trabalho, que talvez não seja o dos seus sonhos, seria: "Eu tenho mil planos, mas não quero escolher agora e gostaria de experimentar este trabalho com vocês. Quem sabe não gosto?"

Cabeça aberta e disposição são duas qualidades apreciadas por qualquer empregador e devem ser apanágio do potencial empregado, que também não deve “falhar” na hora de ir aprendendo mais sobre o assunto.

Hoje, quando olho para minha vida profissional, constato que tudo que conquistei foi o resultado de três factores: as oportunidades que criei ou surgiram, a consciência do que significavam e a noção de estar bem preparado para elas ou ter a energia para o conseguir.

A vida dá voltas e não deve se fechar portas. Depois que se entra no mercado, aliás, é muito mais fácil mudar de rumo. E acreditem: as nossas certezas aos vinte anos são verdadeiras “tretas”… E a vantagem dos conhecimentos tecnológicos é que nos permitem aumentar as escolhas!

Claro que nem tudo depende do conhecimento que se tem da tecnologia mas a atitude pró-activa é sempre bem-vinda mesmo em ambientes hostis. E acredite que esses comportamentos não podem continuar por muito mais tempo pois o desenvolvimento tecnológico e o contacto de cada entidade com o exterior obriga a mudanças nestas áreas.