sexta-feira, julho 19, 2002

Imaginação

Portugal vai precisar de imaginação nos próximos tempos... Muita imaginação e algum rigor, regras claras e decisões céleres. Para que a sociedade de informação possa sorrir nos próximos tempos, e Portugal possa continuar no pelotão da frente das estatísticas e, mais importante do que isso, possa cativar as pessoas para uma utilização das novas tecnologias de modo a que consigam ter mais participação nos processos de decisão governativa.

A verdade é que as tecnologias estão aí. Ligação à banda larga - mas ainda não a preços massificadores, telemóveis com mais capacidades do que as que utilizamos, sites Internet que vão vingando. A descrença, essa sim, aquela característica madrasta que habita na mentalidade dos portugueses, é que também vai barrando tudo aquilo ao qual os portugueses têm direito...

Não temos ainda Televisão Digital Terrestre. Mas teremos. Não temos ainda UMTS - mas precisamos é que as operadoras se entendam para que se interliguem nos serviços GPRS, nomeadamente no MMS que tem virtudes que as pessoas querem experimentar. Não temos muita banda larga, é certo, mas a procura de ADSL foi maior nas últimas duas semanas do que no ano passado... Os nossos sites vão definhando sem apoios credíveis para sobreviver. E todos sabemos que as centrais de compras de espaço publicitário não sabem funcionar da forma mais correcta - quer seja na Internet quer offline. Porque não conhecem as palavras "especialização", "captação de público-alvo" mas somente a palavra "rappel"...

A imaginação que precisamos vai condicionar o país. Portugal precisa de acreditar que os serviços vão mudar, precisam de ter uma nova mentalidade e também de acreditar que o uso de um computador e de uma ligação à Internet é fundamental, quer seja no emprego ou em casa. Possuir um e-mail é quase tão importante - e se calhar vai ser mais - do que não esquecer de andar com o bilhete de identidade no bolso...

Se houver rigor e seriedade, Portugal será capaz de ombrear com os melhores exemplos e práticas europeias e mundiais. Ou pura e simplemente, queixar-se de mais esta oportunidade perdida. E é extremamente importante, senão vital que Portugal não perca esta caminhada rumo a uma sociedade ainda mais desenvolvida e próspera. As tecnologias são necessárias, úteis e bem introduzidas no quotidiano são ferramentas, não empecilhos a temer.

jmo@esoterica.pt